Capítulo 18Uns dias depois. Terça-feira. 47º dia de férias, naquela aldeia próxima de Incheon, na qual as pessoas eram muito pacíficas e simpáticas, mas muito sossegadas, principalmente na zona do parque de campismo. Era de manhã, cerca de nove da manhã, e uma vez mais, a Neko ia para a tribo. E ia sozinha, mais uma vez. Nesse dia, o chefe tinha muitos assuntos pendentes. Tinha de ir visitar as casas das raparigas da tribo, ou melhor, as tipi, dar a sua proposta à Neko sobre o terreno que os indígenas e o médico disputavam, e ainda tinha outros assuntos com que se preocupar. Ele estava cada vez mais preocupado com o seu primogénito, e por isso, ponderava deserdá-lo, pelo menos até ele se ver livre da YuSoo. Também nessa altura, um treino intensivo de postura, feito pela YuSoo, era feito à MiHyun, que continuava na pele da YoungKi. Até a sua própria voz tinha mudado, e os traços do corpo. Era agora mais baixa e menos desenvolvida a nível físico, por assim dizer. MiHyun tinha-se tornado na YoungKi a cem por cento, e planeava fazê-la desaparecer do mapa, enquanto se casava com o JiHo. Mas ela deveria evitar coisas que mostrassem o seu verdadeiro reflexo, o seu verdadeiro ser. MiHyun levava um conjunto de livros na cabeça, enquanto andava de um lado para o outro.
YuSoo: Cuidado com os livros! Tens de aprender a ser elegante, e para isso, nada melhor que esse exercício. Todas as princesas o fazem.
MiHyun: Pois! Porque eu vou ser uma princesa!
YuSoo: Este plano é demasiado arriscado, por isso, faças o que fizeres, evita espelhos, e sobretudo, o xamã, porque ele consegue perceber à distância os feitiços... eu devia era fazer-te uma proteção contra ele, mas era um ritual que ia necessitar ingredientes e sacrifício, e uns quantos dias de jejum, só com aquela coisa no estômago... bem, desde que sigas as recomendações...
MiHyun, despreocupada: Vai tudo correr bem!
MiHyun continua a treinar com os livros na cabeça, enquanto que a YuSoo esfrega as mãos na barriga, visivelmente volumosa, que agora ganhava forma e tamanho, e esse feitiço deixava-a imóvel, pois se continuasse uma vida muito agitada, poderia ter lesões graves, e ela não queria isso. Fora da gruta subterrânea escondida debaixo das raízes putrefactas de uma grande árvore, estavam os rapazes, a tomar o pequeno almoço, em frente às tendas, como era habitual. A Neko chega lá, e fala com todos, muito bem, mas sem aparentar estar muito feliz. Apenas sorria quase que forçada. Estava muito pensativa, e isso deixava-a sem espaço para sorrir. Mas também, era dela, mesmo. Mas fala com eles.
Neko, um pouco murcha: Annyeong, rapazes!
DaeSung, preocupado com a sua amiga: Bom dia só se for para nós, porque estás cá com uma cara... parece que andas mais triste ultimamente... e nem me disseste nada... eu considero-te uma boa amiga com a qual posso contar, por isso espero que me possas considerar um bom amigo, com o qual podes contar, por isso, vê se me contas!
Neko, disfarça: Ando só com insónias, não é mais nada...
Kai fica apreensivo.DaeSung: Tu estás triste, não com sono ou olheiras! Para que é que mentes dessa forma tão descarada? Somos amigos ou não?
Neko: Tens razão, não são insónias. Mas são assuntos de raparigas.
DaeSung: Está bem, aí já não me meto! Mas estás bem?
Neko, sorri, forçosamente: Sim. Mas bem... vou lá dentro. Tenho de falar com o chefe... preciso de saber uma coisa...
ChanYoung: Hoje o chefe anda ver as raparigas da tribo, a avaliar qual será a melhor para noiva do JiHo. Por isso, não o empates muito...
MinNeul: Ele está com a cabeça em água desde o outro dia... o choque do SiWon, das bruxas da estrela de seis pontas, a gravidez da YuSoo, o controlo da mente, as tentativas delas de subirem ao poder, casadas com o líder, o plano de assassinato do SiWon após o casamento e o nascimento do bebé e o facto de ele querer manter o filho... foi demasiado...
MinHo: Eu cá não vejo razão para não ter sido... até eu, que não sou da família dele, fiquei chocado, quando soube de tudo, quanto mais o chefe, que é do mesmo sangue, e que tem tanto para lhe deixar, e depois sabe que ele foi obrigado a conceber-lhe um neto, fruto de uma relação que ele não aprovava, e que a gaja só tem más intenções, de vingança, principalmente, segundo o que me disseste... mas vais ver que ainda vamos enterrar a YuSoo viva e salvar só o bebé...
MinNeul: Não és da minha família, mas serás um dia, por isso, é como se já fosses. E sim, vamos enterrar aquela bruxa!
Os outros rapazes: Caça às bruxas! ~
Neko: Vamos lhe rogar uma praga! Fazer uma macumba, um ritual satanista, vamos dissecá-la, esventrá-la, queimá-la viva, afogá-la, não interessa, desde que a cabra morra... eu cá voto no ritual satanista, gosto desses... são interessantes... os que vejo nos filmes são demais!
ChanYoung, irritada: Por mim, fazia-lhe isso tudo e depois mandava-a do topo da cascata, como ela me tentou fazer, para aprender que tentar assassinar pessoas não é propriamente bom, a não ser que seja em legítima defesa... mas como ela é uma assassina nata, uma bruxa e uma traidora dos seus, isso não seria pecado...
Onew, dá-lhe um beijinho: Calma... ela vai pagar por ela mesma. Alguém fará justiça, pode ser pelas próprias mãos, mas de preferência, que a justiça se faça sem violência... eu odeio sangue e tripas a voar por aí.
ChanYoung: Eu sei, é nojento... desculpa, yeobo...
Onew: ChanYoungie, chamaste-me yeobo? Eu ouvi bem?
ChanYoung: Como queres que te chame então? Sr. JinKi? Sr. frango assado na brasa? Por acaso, se fosses um, comia-te todo agora, está-me a dar a fome outra vez...
Onew: Outra vez? Mas tu és comilona desde sempre, ou é só de mim? É que eu acho que tu deves ser doida... tu só comes!
ChanYoung: É mesmo de mim...
Onew, sussurra-lhe, tirando a sua inocência habitual: E comeres o Onew, comias? Vá, responde com sinceridade... atenção, que não tenciono que esta pergunta seja perversa, para isso temos cá os dinossauros Jjong e DongWoo...
ChanYoung, sussurra, mas alarmada, com os olhos muito abertos, na direção dos dele: O que... é que queres dizer com comer?
Onew, inicia uma conversa onde só sussurram: Eu disse-te para não pensares dessa forma... eu quis dizer com isso, um comer de... beijar, não é outras coisas... eu sou menor e tu também! Por quem me tomas?
ChanYoung: Bolas, que susto! Mas espera... tu és um rapaz, e tens quase a idade legal, e a Momo disse que nas cidades, os rapazes começam aos 15 ou 16 por essas andanças...
Onew, cora e sussurra: Acho que já te disse tudo, não já?
ChanYoung: És uma exceção à regra?
Onew: Parece que sim... mas responde à pergunta: comias?
ChanYoung: Sim. Pelo outro sentido é que dependia de muita coisa. Mas não me tomes por uma perversa... mas a verdade é que... talvez.
Onew: Oh deus... eu vou fingir que não ouvi isso, por que me assustou... mas bem, se tens fome, come!
ChanYoung, beija o Onew sem parar, e o pobre coitado fica sem ar para poder respirar e recuperar o fôlego perdido.Onew: Não era dessa forma...
ChanYoung, alarmada: Acabaste de dizer-
Onew: A comida, ChanYoung... a do pequeno-almoço…
ChanYoung: Pois, eu não posso pensar nestas coisas, sou uma moça de respeito... Tu é que me puseste assim, Onew! Culpa tua!
Onew: Claro, agora a culpa é minha...
Neko: Também posso comer alguém?
Kai, baixo: Huh?
Neko: Isto é, fiambre... se posso comer o peru ou o porco que o fez.
Onew: O quê?, isto não é frango?
DaeSung: Nem todos são tão viciados em frango como tu que nem comem fiambre de porco, não é, Onew? Por isso, comprei fiambre de porco e de frango...
JongHyun, no gozo: O Onew é o grande sasaeng (= stalker psicótico que manda objetos pornográficos – fotografias nu, roupa interior, entre outros – e segue os seus ídolos, tirando fotografias e mandando-lhe mensagens e e-mails, entre outros) dos frangos! Ele ainda há-de perder a virgindade com uma galinha de churrasco!
Onew, irritado, levanta-se: Babo! Passaste das marcas, Kim JongHyun! Eu alguma vez te disse alguma coisa que te levasse a concluir o que quer que fosse sobre galinhas, virgindade, ou vida sexual da minha parte? Não pois não? Pelo menos não ao mesmo tempo! Além do que disseste agora foi simplesmente nojento... assim que chegarmos a Seul, escusas de olhar mais para a minha cara, porque não vais olhar!
Key: Jjong, essa foi escusada... coitado do hyung! Tu és tolo?
JongHyun, baixa a cabeça: Nunca mais vou fazer um comentário estúpido relacionado com sexo a nenhum de vocês... pronto...
TaeMin: Como se eu, e qualquer um de nós, acreditássemos que estavas a dizer isso sinceramente...
SuMin: É verdade, Jjong... tu és demasiado perverso! Coitados, escusas de fazer comentários tão maus... olha lá...
JongHyun, arrependido: Está bem, desculpem...
SuMin: Passaste das marcas, JongHyun... foi insultar o Onew...
Onew: Ouve a tua namorada uma vez na vida, JongHyun... ela está certa, e só te quer ajudar, como todos nós queremos... deixa-te de mandares bitaites estúpidos, e de mandar bocas... todos merecem ter a sua vida privada, e não ter um perverso constantemente a interrogar se namoram, ou se usaram o presentinho que foi lá pôr ao pé, e tu sabes daquilo que falo, e todos nós sabemos, aliás, e os comentários sobre a vida e os gostos deles, ou as atitudes deles. Sim? Cresce! E não é só em altura! Sim, eu sei que não cresces muito mais, mas ao menos compensa e cresce em mentalidade! Deixa-te de ser o
Playboy e palhaço de serviço do nosso grupo! Já passaste a fase dos 15 anos, não já?
JongHyun: Eu já sei tudo isso...
Key: Então põe em prática!
ChanYoung: A sério, Jjong... essa foi demasiado má...
MinNeul: Se o JongHyun insultar assim o meu homem, eu vingo-me! E olhem lá que não sou para brincadeiras!
MinHo, esborracha-a com um abraço forte: É a minha assanhada...
MinNeul: Mau! Já sabes que não gosto lá muito do sentido da palavra... por isso, não digas nada disso!
Neko, interrompe a conversa: Eu já devia ter ido falar com o chefe! Olhem-me só estas horas! Eu daqui a nada vou almoçar!
Kai: Credo! Que exagero! Tens a certeza que sabes ver horas?
Neko: Eu almoço cedo, e tenho uma rotina a cumprir... lá vou eu agora ter com o chefe, eu sei que ele anda muito ocupado, mas este assunto é urgente... o meu appa e o senhor Amaru Nakamura vão iniciar hoje o projeto... e eles precisam de analisar se dava segundo a proposta deles... ele tem uma ideia megalómana na cabeça... mas que empregaria muita gente, e ajudaria também muita gente. Por isso, precisa de muito espaço mesmo. Bem, até já!
Neko segue até à aldeia. Eram quase dez e meia da manhã, e todos estavam reunidos ainda. A Neko volta.
TaeMin, impaciente: Neko, qual é a proposta?
Neko: O chefe propôs a divisão do terreno em 50/50. Mas isso não deve dar muito espaço para o projeto que o meu appa quer. A menos que construam o hospital em altura... mas isso ia dar muito trabalho. Eu não sei se eles aceitarão, acho que pedirão mais... mas depois eu venho de novo. Depois virei com eles, da próxima vez, a não ser que venha de noite, de novo com a Yumi... tenho de lhe perguntar.
DaeSung: Hmm, está bem.
DongWoo: Porque é que a tua amiga nunca mais cá veio?
Neko: Bem, sinceramente nem sei. Ela anda com insónias, e nem dorme no saco-cama durante a noite... acho que ela só vive para o trabalho... o Sr. Kohijiri é um bruto com ela... e o pior é que ela lhe obedece a tudo! Ela é uma escrava, completamente, trabalha dia e noite!
JongHyun, que tinha permanecido em silêncio: Coitada...
Key, para os outros: Acho que é a primeira vez que vejo o Jjong dizer alguma coisa com sentido... ele disse mesmo isto que eu ouvi?
MinHo: Sim, ele disse mesmo isso... parece que o ralhete do Onew lhe serviu de emenda... acho muito bem que ele atine daqui para a frente!
Neko: Eu sei... pobre Yumi... e por falar nisso, tenho de ir. Eu vou tentar trazê-la comigo de novo da próxima. Nem que a puxe pelas orelhas! Ela vem, e vem mesmo!
ChanYoung: Ainda bem! Espero bem que venham logo as duas!
Neko: Eu vou tentar!
Os rapazes a as índias que sabem falar: Annyeonghi!
As outras índias: Kajhi-kashi! (= adeus)
Neko: Kajhi-kashi ~
A Neko sai do bosque com a contraproposta da tribo para o pai e os seus conselheiros japoneses, e entra em casa um pouco depois. Pousa as chaves sobre a mesa do
wall de entrada, perto do isqueiro, que estava a ser usado pelos senhores. Eles aguardavam o retorno da Neko, vinda da tribo, para lhes contar tudo o que sabia de novo.
Dr. Raito: Estava a ver que nunca mais vinhas, filhota! O que é que eles te disseram? Aceitaram a nossa proposta, não foi?
Neko: Não, appa, eles não caíram na tentação de meia dúzia de notas. Não os conseguiste comprar por uma quantia que não dá nem para mandar catar um cego.
Dr. Raito: Eu não lhes posso oferecer um milhão a cada um, como é lógico. A construção de um hospital não é uma pechincha...
Neko: Tu lá sabes...
Dr. Raito: Há uma contraproposta ao menos?
Neko: Há. Mas acho que não vais gostar. Ele disse para depois chegarem a um acordo. Mas ele pensou em dividir o terreno, em 50/50.
Dr. Raito: Não acho que seja suficiente. A minha ideia para este hospital era ter uma parte privada apenas, mas ter um jardim, muitos consultórios com janelas amplas e luminosas, um hospital não apenas moderno, mas como vivo. Cheio de pacientes em recuperação, mas felizes e bem, percebes, Neko? Por isso, acho que não é exequível...
Nakamura Amaru: Raito, eu posso tentar, dentro das tuas indicações, ver se posso conceber um projeto. Posso fazer o edifício mais em altura, adicionar uns pisos, caso não possa ser tão grande... tens contigo o contrato que tens de assinar? É que lá diz as medidas do terreno... pelo menos, deveria... e só com as medidas do terreno e o projeto que queres, é que poderemos fazer bem as coisas.
Dr. Raito: Pois, acho que diz. Mas não sei. Vamos tratar disso para o escritório. Está lá isso. E tem muitas melhores condições de trabalho que esta sala. Acompanha-me, Amaru, e Kohijiri, vem também.
Nakamura Amaru: Está bem. O meu computador está aqui.
Dr. Kohijiri: Eu prefiro ficar aqui. Não vos quero atrapalhar.
Dr. Raito: Não atrapalha. Aliás, a sua opinião é importante.
Dr. Kohijiri: Está bem, eu vou convosco.
O Dr. Kohijiri sai da sala com os outros dois e encafuam-se no escritório os três, para estudar o projeto. Neko, que tinha estado com eles a ver tudo, apaga as beatas de cigarros deixadas para trás e leva o cinzeiro com ela para despejar as cinzas no caixote do lixo. Ela e Yumi iniciam uma conversa. Mas a Yumi não está muito à vontade.
Neko, encosta-se ao balcão: Agora nós, Yumi... o que é que se anda a passar? Porque é que passas as noites em claro, sabe-se lá onde?
Yumi, mente, com medo de sofrer represálias: Costumo andar pela casa. Eu não me habituo a dormir em lugares estranhos, é isso. E depois tenho sempre insónias...
Neko: E eu sou parva? Diz-me o que se passa... eu já reparei na forma como o Dr. Kohijiri te trata, pareces escrava dele, e ainda por cima, obedeces-lhe cegamente...
Yumi: Eu devo-lhe muito.
Neko: Deves-lhe muito? Ouviste bem o que ele te chamou no outro dia? Ele chamou-te vadia ociosa! Não foi propriamente simpático...
Yumi: Eu devo-lhe a minha vida, apesar disso. Ele tirou-me da ruína, das ruas, eu estava órfã e desemparada, e ele encontrou-me a dormir, com oito anos, dentro de uma caixa de cartão à chuva, perto dos caixotes do lixo, como se fosse uma cadela rafeira, e deu-me abrigo. Prefiro que ele me apunhale com navalhas a ter de voltar a viver como vivi.
Neko: Eu sei que deve ter sido horroroso, mas isso não faz de ti uma mártir, que nasceu para sofrer. Se o homem te trata mal, deves fazer com que ele te trate melhor. Dar-te mais condições de trabalho.
Yumi: Eu sei que te preocupas comigo, aliás, com todos, mas por favor, não interfiras nos meus assuntos, eu sou crescidinha...
Neko: Está bem. Mas se não vieres sair comigo esta noite, eu juro que falo com o meu appa sobre esse assunto... e ele toma medidas!
Yumi: Onde queres ir, que eu tenha de ir contigo?
Neko: Para a tribo dos tupi. O SiWon perguntou por ti... duas vezes, hoje também, e já no outro dia, mas como não vais dormir há quase uma semana, não posso dizer essas coisas, não é?
Yumi: Olha lá, onde está o Sr. Kohijiri? Eu falei, falei, falei, e não trabalhei... ele vai ficar chateado se continuar a falar demasiado... ainda e despede ou assim... e eu não posso correr esse risco!
Neko: Não te preocupes com isso, ele está no escritório, e eu posso-te ajudar a acabar o almoço, é na boa!
Yumi: Está bem, arigato!
Yumi e Neko acabam o almoço. Nesse dia, eram massas
cannellone vegetarianas com carne. A Yumi enfeitava o prato com salsa, atribuindo um visual à comida bastante gourmet. Elas levaram a comida, com as tampinhas, metiam os talheres, os copos, colheres de sobremesa e tudo mais. Um almoço de gente abastada. Yumi chama-os, e Neko vai com ela.
Yumi: Vim para avisar que hoje a outra empregada vem mais tarde, mas o almoço está pronto. E é aquilo que os senhores pediram.
Dr. Raito: Obrigado, Yumi.
Dr. Kohijiri, tenta ‘ficar bem na fotografia’: Estás dispensada durante três horas, para repores o sono. E eu deixo-te sair mais cedo de funções hoje. Uma ou duas horas, para dormires. O sono afeta o teu desempenho no trabalho, e tu precisas de trabalhar bem. E como sei que não gostas de dormir em lugares que são novos para ti, podes ir.
Yumi: Arigato, senhor Kohijiri.
O Sr. Kohijiri olha com cara de assassino psicótico e olhar vingativo para a Neko, que o desafia com o olhar, sem saber o que ele é capaz de fazer. A Yumi sai e fecha a porta. A Neko vai com ela. A Yumi tem alguns hematomas e nódoas negras pelo corpo. Ela troca de roupa e tira a farda, típica das empregadas japonesas em casas abastadas. Neko confronta-a.
Neko: Que raio de coisas são estas, Yumi?
Yumi: São nódoas negras...
Neko: Olha, boa, isso já eu sei... mas quem é que te deixou assim, toda pisada e negra? Pareces uma daquelas... foi o Sr. Kohijiri?
Yumi, disfarça: Não. Eu sou uma desastrada, sabes, e enquanto estava a limpar a casa de banho, tropecei no fio do chuveiro e torci-me toda, e aleijei-me para valer... eu sou tão desastrada...
Neko: Eu não sou burra. O Kohijiri bate-te?
Yumi, teme pelas consequências: Não, longe de ti essa ideia! Eu já te disse que caí na casa de banho e me aleijei...
Neko: Eu acreditava se tivesses caído de um primeiro andar cá para baixo, mas como dizes que foi numa casa de banho, não acredito em ti.
Yumi, esconde-se atrás do separador onde a Neko muda de roupa, para esconder a nudez, e os vestígios que incriminavam ainda mais Kohijiri: Eu já te disse que não foi dessa forma! Foi na porcaria da casa de banho! Eu tropecei no fio do chuveiro e caí e aleijei-me! Porque é que não acreditas em mim?
Neko: Eu não conto a ninguém, Yumi, podes confiar. Nem sequer ao meu pai... diz-me o que se passa, que apareces cheia de nódoas negras, e hematomas, e somes durante a noite... diz-me por amor da santa! Eu sou tua amiga!
Yumi, começa a chorar, e aparece em langerie de trás do separador, e sussurra, com medo que ele a possa ouvir: Não posso dizer.
Neko, liga a música alta: Podes dizer agora. Vá, conta.
Yumi: Noutra ocasião. Eu digo-te logo.
Neko: Espero bem que digas. Não quero ser cúmplice de um crime.
Nesse momento, a Neko desliga a música e senta-se na cama, e abre parte da cama dela para a Yumi dormir mais confortavelmente. Ela não compreendia como é que alguém tão sofrida ainda conseguia aguentar mais sofrimento. Ela não podia estar habituada a sofrer, não podia! Nessa altura, pela tribo, andava uma pessoa, de nome MiHyun, e de rosto e corpo, YoungKi. A verdadeira YoungKi estava na zona sudoeste da floresta, a MiHyun chega de noroeste, tendo como ponto de partida, a cascata. Entra no bosque. Na parte de fora, vê a ChanYoung aos beijos com o Onew, e todos os outros, naturalmente, a namorar também. Ela não fica minimamente chocada, mas a ChanYoung e o Onew ficam completamente paralisados mal que percebem que a irmã dela tinha descoberto, pensam eles.
ChanYoung, atrapalhada: YoungKi, isto não é nada daquilo que estás a pensar, isto não é... nada do que... possas pensar...
MiHyun, seca: Eu não conto nada.
ChanYoung, feliz: Ah, ainda bem! Obrigada, maninha! Olha, o JiHo ia para nossa casa agora a seguir!
MiHyun, interessada: Tenho de ir tratar do meu futuro...
ChanYoung, estranha: Estás-te a sentir bem, YoungKi?
MiHyun: Nunca estive tão bem...
ChanYoung: Está bem...
ChanYoung e o Onew recomeçam a namorar e a beijarem-se, e MiHyun dirige-se para dentro. Penteia-se com a sua escova e ajeita a roupa.
MiHyun, pensa: Fogo, esta gaja não tem mesmo curvas, menininha pequenina... não sei o que é que aquele tapado daquele JiHo vê numa miudinha com a YoungKi... a gaja não tem rabo, não tem mamas, não tem corpo de mulher!
MiHyun avança e ajeita a casa toda, e muda de roupa. Entretanto os pais das outras chegam à aldeia, com alguma roupa para pôr a secar, e alguma carne para comer depois de cozinhada, e ela tapa todos os espelhos enquanto eles não entram. Muda as cores da cara para as que YoungKi costumava usar – azul claro e lavanda – e desenha com um pincel de pena de karariki – uma ave tropical de pequeno porte, como um periquito – uma estrela roxa de cinco pontas na face – pois não é mística. Ajeita as penas do cabelo e o vestido tingido de roxo e azul, e ainda branco, e mete umas pulseiras de conchas que a YoungKi utilizava, pois apanhava-as por vezes, quando se escapulia para a praia fluvial. Eles entram. Ela sorri, o mais sonsa e queridinha possível. O chefe entra com o JiHo, e para seu descontentamento, com o xamã. Ele sente algo estranho por ali, mas não sabe de nada, pois a YuSoo está a tentar protege-la, através de um colar que lhe deu, com uma concha que tem pintada por dentro uma estrela de seis pontas verde, que confere proteção a quem o usa.
JiHo, olha para a “YoungKi” debaixo para cima: YoungKi... vejo que te arranjaste para quando eu viesse. Há algum tempo que não te via assim tão... arranjada e bonita...
MiHyun: Oh, és um querido... tu também estás... bem... bonito.
JiHo, estranha, porque ela não é de fazer elogios: Parece que a casa está toda arrumada, e bem... comida, isto é, para ver se és boa cozinheira...
MiHyun, atrapalhada: Cozinheira?... –
Pensa. –
Ai, ajuda-me, YuSoo! Eu não sei cozinhar!Nessa altura, chega a verdadeira YoungKi, da parte sudoeste, e apanha a ChanYoung e o Onew “de novo”.
YoungKi, chocada, em tupi: ChanYoung! Tu estás noiva do SiWon!
ChanYoung, em tupi: Mas entraste há meia hora, maninha...
YoungKi, confusa: Não, não entrei! Eu estive até agora a apanhar flores... espera! Será que foi alguém parecida comigo?
ChanYoung: Ou se calhar tu é que és a pessoa parecida com a minha irmã... és uma sósia dela, só pode!
YoungKi: Não, vento livre, eu sou a YoungKi...
ChanYoung: Eu achei o discurso estranho há bocado... mas... como é que podes provar que és mesmo tu?
YoungKi: Sei lá! Mas eu sou eu, e se achaste a outra pessoa estranha, é porque não sou eu... mas explica-me lá o que foi isto que eu vi.
ChanYoung: Tu estás farta de saber que não gosto do SiWon, e ele sabe o mesmo. Por isso, tens a resposta. Eu gosto dele. Do Onew.
YoungKi: Porque é que não disseste logo, unnie?
ChanYoung: Tu podias contar aos pais ou assim...
YoungKi: Tu também não contaste de quem eu gostava...
ChanYoung: E pode ficar noivo a qualquer momento... por isso, ANDA! ~ MEXE-ME ESSE RABO! ~ Não percas o homem da tua vida, que eu também não. Luta pelo que é realmente teu, ou queres que seja!
ChanYoung dá um último beijo ao Onew, e eles correm para dentro. À mesa estavam o JiHo, o chefe KwangHee e o xamã, e os pais. A ChanYoung e a verdadeira YoungKi rompem pela tenda dentro e a MiHyun, que tentava cortar como deve ser a carne, dá um pulo e larga um bocado de carne no chão. JiHo fica chocado e olha para as duas. MiHyun torna-se novamente na sonsinha e boazinha e a YoungKi fica chocada com as semelhanças, porque são fotocópia uma da outra, até a proporções do corpo. O colar protetor da YuSoo cai e desloca-se do peito, desativando o seu poder místico. E o xamã tem uma visão. Fecha os olhos com força, levanta-se e sai dali para fora aos apalpões.
MiHyun, sonsa: Mas tu és igual a mim!
YoungKi: Não, tu é que és igual a mim! Eu é que sou a verdadeira YoungKi... só eu tenho uma pequena marca em forma de cabeça de pássaro no ombro, tu não tens! Aliás, não podes ter!
Elas tiram ambas os ombros dos vestidos para baixo, e ambas têm a marca.
YoungKi: Não é possível! Tu és cem por cento igual a mim! Pareces vinda de outro planeta!
MiHyun: Não! Tu é que és igual a mim!
JiHo: PAREM! A YoungKi não briga por razões disparatadas, e seja qual de vocês for, eu sei que a verdadeira vai mostrar de alguma forma que é a verdadeira.
Xamã, volta com um espelho de pé: Vamos tirar a prova dos nove. Não é, MiHyun? Vamos lá ver qual de vocês é mesmo a MiHyun, e qual de vocês é a YoungKi. Mas para acreditarem todos em mim, vejam o colar dessa aí. E vejam os reflexos. E tentem ver nas caras delas se têm maquilhagem. Ou pó que disfarce alguma coisa.
JiHo: MiHyun?! Mas elas são iguais...
Xamã: É apenas uma ilusão para os nossos olhos, apenas ela e os espelhos se vêm como ela realmente. E por isso, nada melhor que um espelho. Vá, andem cá, meninas!
MiHyun não arreda pé do sítio onde estava, mas YoungKi anda à volta, na direção do espelho, sem nada a temer, deslocando-se sempre atrás do espelho. MiHyun via a vida dela correr-lhe perante os olhos. Ela baixa a cabeça, e finalmente o espelho para num sítio específico: em frente dela. Ela estava lado a lado com a YoungKi e ele viam nitidamente que ela era mesmo ela. A estrela de seis pontas azul, que estava coberta com maquilhagem, salta da sua cara, e todos vêm uma pequena luminosidade azul. Ela cai de joelhos e baixa a cabeça.
Chefe KwangHee: O que é que vamos fazer com esta bruxa pagã, e esta traidora? JiHo, diz qual é o castigo...
MiHyun, interrompe-o: Chamem o SiWon antes de me punirem.
JiHo: O que queres do raio de sol, bruxa?
MiHyun: Esclarecer uma verdade.
SiWon, entra pouco depois: O que queres, bruxa?
MiHyun: Eu quero esclarecer tudo sobre há um ano atrás, quando a YuSoo foi expulsa... sabem? Ela foi expulsa por minha culpa! Eu espalhei a notícia que ela tinha tentado matar a ChanYoung, mas ela tem um problema, ela é sonâmbula, logo, não fazia a mínima noção. E eu ofereci-lhe ajuda mas não a ajudei. E sabem porquê? Porque eu queria que o SiWon ficasse solteiro para não casar com ninguém, logo, não herdar a coroa de penas, e depois eu e o JiHo teríamos os nossos rebentos, e eu-
JiHo: CHEGA! Queimem-na viva! ~
MiHyun, é arrastada até fora da tipi: NÃOO! ~ Não o podes fazer!
JiHo: Porque não? És uma bruxa, tentaste matar a noiva do meu irmão, tentaste fazer-te passar por uma pessoa que sabes que teria todas as hipóteses de ser minha noiva, ainda condenaste o destino de uma pessoa que a esta hora podia estar connosco na tribo, e não só estar com um rebento do SiWon nos braços, como a esta hora, podiam estar casados, se não fosse esse desejo de vingança que lhe despertaste, e essa maldade que possuis, que é dom natural.
YuSoo, todos a ouvem, quase como que uma voz rouca e no vazio, que ouvem, mas não está lá: Fizeste o quê, pó de lua?!
MiHyun cai de joelhos novamente, sufocada, com as mãos no pescoço, com um sofrimento constante, e liberta lágrimas e os olhos ficam horrivelmente vermelhos, mas ninguém se parece importar. Os índios arrastam-na mais, e mais até à fogueira, onde já ardem bocados de madeira. Atam-lhe os pés e as mãos à uma estaca de madeira e metem-na no sítio onde supostamente, as bruxas traidoras arderiam. Nunca nenhuma bruxa tinha sido queimada viva na tribo. Era algo que consistia nas regras da tribo, mas nunca tinha sido feito. Assim que ela começa a receber chamas no corpo dela, ela grita, e partes do corpo dela, derretem, dando lugar a cinzas brilhantes, juntamente com as chamas. Era um mar de brilhinhos que se libertava assim que cada centímetro dela ardia. E assim que ia morrendo aos poucos, para juntar ao pânico, o feitiço que a fazia passar-se por YoungKi, desfazia-se. E libertavam-se mais brilhinhos. As chamas eram vermelhas e também prateadas, pois alguns dos brilhos se misturavam com as chamas ardentes e mortíferas. SiWon fica de camarote a ver o ‘espetáculo’ e a vê-la morrer, mas a YoungKi abraça-se ao peito do JiHo, para não ver, e ele fica de certa forma estranho, mas consente e abraça-a de volta. Os pais delas ficaram chocados com as revelações, e ChanYoung também. Saem do recinto e deixam o SiWon apreciar o sabor da vitória. Eles voltam para a tipi da YoungKi e da ChanYoung. JiHo continua estranho, e YoungKi está muito corada.
YoungKi: Tu disseste que eu sou uma das pessoas que teria mais hipóteses de ser tua noiva dentro da tribo, há bocado...
JiHo, cora: Disse?
YoungKi: Sim, disseste.
JiHo, fala baixinho: Mas está uma coisa mal aí.
YoungKi: Ai é? E é o quê?
JiHo, fala baixinho: Não és uma das pessoas, és a pessoa.
YoungKi, cora e olha para baixo: A sé-sério?
JiHo: Hmm hmm...
YoungKi, dá-lhe um rápido beijinho na bochecha.JiHo, feliz: Isso quer dizer que aceitas mesmo ser minha noiva?
YoungKi, feliz: Estou aqui, não estou?
JiHo, levanta-se: Está decidido. A YoungKi é a minha noiva.
ChanYoung: Oh, que fofinhos... parabéns!
Todos batem palmas e o chefe fica orgulhoso do filho pois escolheu uma ótima pessoa para ele, e não se deixou enganar pelas aparências da MiHyun, que ardia e brilhava pela última vez agora. ChanYoung sai da aldeia, muito feliz.
ChanYoung, em tupi e hangul: Duas notícias boas num só dia!
Onew: O que se passou, ChanYoungie?
ChanYoung: O JiHo arranjou noiva, e não é a MiHyun, porque essa está a arder no inferno a esta hora.
SuMin, em hangul: A MiHyun morreu?
ChanYoung, conta toda a história, nas duas línguas. Key: Oh céus! Que raio de história essa… elas estavam iguais, que eu nem desconfiei de nada, aliás, ninguém desconfiou... mas esse castigo foi muito bem feita! Tenta não fazer porcaria na tua próxima vida, MiHyun. Pode ser que passes para além dos quinze anos...
MinYeon: A história deles gostarem um do outro... eu não tinha tanta paciência assim... eu já me tinha mandado para cima do rapaz...
Nena: Oh, eles demoraram tanto tempo só para dizer que gostavam um do outro... é estúpido por causa disso, mas eles são tão fofos... eles ficam lindos juntos... eu não tenho grande moral para falar, porque eu também demorei muito tempo, eu já andava de olho no rapaz há que séculos... mas eles já gostam um do outro há anos! E só admitiram porque ele sempre quis casar com ela...
ChanYoung, continua em tupi: Eu lembro-me de ser pequenina e os ver a brincarem os dois aos noivos e às casas. E nas brincadeiras de pequeninos, eles eram sempre namorados. E depois, os anos passaram, e as brincadeiras passaram para a vida deles. O JiHo, é, certamente, o grande amor da vida da minha irmã, assim como o Onew é o meu...
Onew: O que é que tem o Onew?
ChanYoung, em hangul: O Onew é lindo…
Onew: Tu também...
MinHo: Ó galinhas! Traduzam aí!
MinNeul: E eu não sirvo para nada, é?
MinHo: Serves para me fazer feliz. Mas traduzir... nop. Se servisses para traduzir, já tinhas traduzido, não é?
MinNeul, traduz tudo desde o início.MinHo: Gomawo, princesa assanhada...
MinNeul, com cara de assassina: Já te disse que não gosto que me chames assanhada ou coisas desses género... não gosto!
MinHo: Mas tu és assanhada!
MinNeul: Isso já eu sei, mas não quero ser. Não quero ser motivo de coisas dessas... não quero ser cúmplice de cantores dançarinos...
MinHo: Olha, temos pena! És cúmplice, és assassina, és assanhada, não interessa, e nem vale a pena contar o resto da história... e por falar em histórias desse género... o Jjong está muito calado, não está?
JongHyun, para a SuMin: SuMin, achas que estou-me a portar bem? Isto é, desde que disse aquilo da galinha... Eu prometi que não vou comentar mais coisas estúpidas e tenho de cumprir...
SuMin: Por acaso estás, e ainda bem. Não quero que o meu namorado perverso diga coisas de tão elevado grau de porcaria...
JongHyun: O problema é que eu gosto de fazer porcaria... eu gosto de ser o gajo bom que atrai as gajas todas e só manda bocas... mas neste momento, o que eu quero mesmo é atrair uma gaja boa para perto de mim. E ela já está perto de mim, e consigo cheirar o cabelo que cheia a flores, e os ombros e os braços que cheiram a sabão... e a laranja também... posso dar uma trinca na minha laranjinha perfumada?
SuMin: Mau! Vê lá o que é que fazes! Sou uma rapariga de respeito.
JongHyun, beija-lhe o pescoço: Tem calma, eu não te faço nada...
SuMin, agarra-lhe o queixo levemente: Mas tu sabes o que são lábios ou já não sabes o que são? É que caso não saibas, não tenho bocas no pescoço, só na cara! Vá, porta-te bem, como estavas ainda agora...
JongHyun, continua e ela ri-se: Eu não estou a fazer nada!
SuMin: Vá, Jjong... comporta-te. Ao menos, dá-me beijos na boca, agora no pescoço... isso é demasiado da cidade... como é que se diz?
JongHyun, sobe até à cara com os lábios: Moderno.
SuMin: É isso...
MinYeon, para o Key, com gestos: Popo ~ (= beijinho)
Key, obedece-lhe imediatamente: Deh, noona! Um popo, agora dois, três, quatro... mil! Milhões! Infinitos! Até a lua aparecer!
MinYeon, não percebe nada: Huh?
Key: Mais! Mais! Mais!
Beija-a mais e mais, sem parar. Também o DongWoo e a HyunAe, o DaeSung e a Nena, o Onew e a ChanYoung, namoravam. Apenas o TaeMin não tinha com ele a Momo, porém dentro de umas horas, a teria com ele, mas o Kai também estava sozinho, mas ele procurava incansavelmente, no seu subconsciente, fechar a mão e a porta do seu coração a uma certa pessoa. Mas sentia-se demasiado sozinho e depressivo para fechar a porta ao amor.
TaeMin, para o irmão: Parece que somos os forever alones...
Kai, com os olhos meio vermelhos: Mas tens namorada, já eu, que sou mais homem que tu... isto é... eu não tenho cabelo meio comprido nem tenho falta de abdominais... não que isso faça de ti menos homem. Mas é diferente... nós somos praticamente iguais, mas tu tens uns aspeto mais de rapariga, e tens namorada, e eu não tenho... é estúpido. Eu não devia ser o único na tribo a estar solteiro!
TaeMin, a perceber tudo: Tu só estás assim porque queres alguém que não tens... ou estou errado? Será que acertei? Vou ver pela tua reação, a tua cara vai-me dizer se estou errado ou certo...
Kai, controla-se para não dar nas vistas: Não, não é verdade. Por e simplesmente sinto-me sozinho, o que não significa que goste de alguém.
TaeMin, sorri, prevendo uma paixão: Porque é que será que me soa que gostas de alguém? Vá, diz lá quem é! É a YoungKi?
Kai, desmancha-se a rir: Mas tu estás parvo? A YoungKi? Mas eu nem falo com ela, quanto mais gostar dela... a rapariga não me diz nada. E nem ela nem outras índias, nem Momos, com disseste há uns meses. Nenhuma rapariga me diz alguma coisa neste momento. A não ser annyeong, e mesmo assim... a sério TaeMin, nem uma. É apenas uma consequência de vos ver todos com namorada, e é quase que inveja.
TaeMin, assustado: É um rapaz?
Kai, desmancha-se a rir: Eu sou hétero... sim? Óbvio que não é um rapaz, tu às vezes fazes com cada pergunta... a sério, TaeMin...
TaeMin, desmotivado: Parece que já não conheço o meu irmão... –
Lembra-se de uma rapariga específica. – Espera! Há uma pessoa que não mencionaste, e com a qual falas, pelo menos o suficiente para poderes conhecer mais ou menos bem...
Kai, assustado: Estou para ver que baboseira é que vais dizer agora.
TaeMin, convicto: “Miss ulzzang shidae” diz-te alguma coisa?
Kai, o sorriso desmorona-se e ele faz cara de assassino: Eu disse! Baboseira! Não estás a querer insinuar que eu, a Neko e eu... NÃO, ISSO É CHOCANTE! Ela mutila-se! Sabes que eu não gosto de loucas, certo?!
TaeMin, ri-se para ele mesmo: Está dito, há aí coisa...
E nesse momento, havia escurecido. Nessa noite, a Yumi havia prometido que iria com a Neko para a tribo mesmo. E elas não faziam a mínima do que se tinha passado, mas continuavam a querer ir lá. Elas escolhem a roupa. Estranhamente, tinha ficado frio do nada, e o tempo ameaçava constantemente, que viria aí uma enorme chuvada. Por isso, a Neko calça ténis. Tinha consultado o tempo na internet, e dava chuva. Mas a Yumi não se veste logo. Ela sente-se mais confortável, pois pôde dormir sossegada uma vez na vida. A Neko vai buscar um bocado do ramen e dos crepes chineses que o pai e os outros homens tinham encomendado e leva para o quarto. Yumi saboreia, com saudades, uma pequena dentadinha que deu no crepe.
Neko: Hoje vamos até à tribo. Hoje não vais sofrer. Porque hoje vamos ficar toda a noite acordadas na floresta. Quer chova quer não.
Yumi, dá mais uma dentada no crepe: A que horas voltamos?
Neko: Não sei. Dizem que vai chover. E nós vamos aproveitar e passar a noite com eles e elas.
Yumi: Isso é tudo por causa daquele rapaz bem-parecido e sexy do outro dia? O gémeo? O Kai, ou Kae (= lê-se Kê) ou Key, ou que raio...
Neko: É Kai. Key é o outro dos brincos brilhantes, o mais alto, porque o meio macaquinho é o JongHyun. O que tem também uma cara bonita. Que parece uma menina. Esse é o Key.
Yumi: Parece que acertei que era esse tal Kai...
Neko, senta-se na cama e dá uma dentada num bolinho da sorte: Hmm hmm... desde aquela noite... não me sai da cabeça, por nada deste mundo... e o pior é que dava tudo, mas mesmo tudo, para o beijar outra vez... mas diz-me... é assim tão óbvio?
Yumi: Se eu, que sou um bocado tapada, percebo isso, quem é que não perceberá? Por isso, nada de te meteres toda bonita como se fosses para a festa, porque isso não ajuda. Só dá mais nas vistas.
Neko: Hmm, está bem... achas que posso só fazer uma trancinha? Tenho saudades... uma trança de lado. Com a franja como deve ser. Como eu a tenho agora. Eu tenho saudades de penteados desses.
Yumi: Claro que podes fazer, mas nada muito vistoso ou elaborado. Simples. Os rapazes gostam disso. A menos que sejam meios divas. Mas geralmente, gostam. E não metas muita maquilhagem, mete só um risquinho de eyeliner por cima do olho. E uma sombra rosada ou branca, ou cor de pele, nada muito carregado, apenas uma passagem.
Yumi verifica que ela ia comer um papel de um bolinho da sorte, um dos muitos que tinha já comido, sem ligar às mensagens:
“Através das experiências do passado, constrói as do presente, mas constrói-as bem, ou o futuro transformar-se-á em poeira e ruínas.”
“Olha para trás e verifica o que perdeste. Agora olha para a frente e prossegue. Porque tudo o que se perde, não se perde em vão.”
“Vê tudo aquilo que te pode ver, e pergunta se valeu a pena teres olhado.”
“Todos aqueles que um dia amaram, um dia perderam, um dia sofreram, um dia choraram; mas nem todos os que choraram sofreram; nem todos os que sofreram perderam; e nem todos os que perderam amaram.”
Neko, lê tudo, de cima a baixo, vezes sem conta: Que raio é isto?
Yumi: Uma vez calhou-me um que dizia “Olha para trás, mas tem cuidado, porque a morte te assaltará.” e no entanto ainda estou viva! Por isso, não ligues a isso, ignora, olha para outro lado, vamos acabar de comer e nos vestirmos, vamos sair daqui, que bem preciso, desde que ninguém descubra...
Neko, conforta-a: Ninguém nos vai descobrir... mas agora, veste isto! E depois ajuda-me a fazer uma trança como deve ser!
Neko entrega algumas roupas dela à Yumi, e ela veste-as, atrás do separador, enquanto a Neko vai usando as dicas dela de pôr apenas um bocadinho de sombra para não ficar demasiado natural, e um risco na parte superior do olho. Yumi aparece vestida e ajuda a Neko a fazer a trança que pretende fazer. Depois a Neko faz um ligeiro apanhado atrás no cabelo da Yumi, e prende-o com uns ganchinhos castanhos fininhos, meio transparentes. Abrem a janela, saltam e saem. Era já tarde, e todos estavam a acabar de jantar. Juntam tudo dentro de um recipiente com água e lava, enxugam e levam para dentro. As índias estavam com eles, incluindo a Momo, que já tinha voltado do trabalho. Neko aparece bem simples, ninguém diria de longe que ela tinha maquilhagem, e a Yumi aparece com ela. Ela trazia um gorrinho de lã bastante fofo na cabeça, e isso dava-lhe um ar muito menos ocidental do que ela possuía normalmente. Neko tem o coração a palpitar porque o Kai está com os olhos postos nela, mas desvia-os assim que o olhar se cruza. O tempo ameaçava chuva, mas não estava assim tão frio. Estava um bocado. Elas chegam e o SiWon vê de longe, a sombra da Yumi, e depois repara num rosto, mas começa a chover bastante de repente e todos viram costas.
[spoiler]
DaeSung: Pessoal, venham para a tenda! Está a chover demasiado para continuarmos cá fora! Vá, vá, vá!
ChanYoung: Pois, entrem, que eu vou para dentro... até logo.
Onew, segura a mão dela na chuva quente, e param, ficando os dois encharcados, mas como se nada se passasse: Não, anda. Fica connosco até a chuva passar... anda para dentro. Temos alguns snacks na outra tenda, depois podemos contar histórias de terror, jogar...
TaeMin, empolgado: Boa ideia! Vou buscar bolachas e umas lanternas, e uns pacotes de leite de sabores!
Momo, olha para ele: TaeMin... ainda agora jantámos!
Kai, a fugir da Neko, que o perseguia com o olhar, e o deixava constrangido: Boa ideia, TaeMin! Vamos lá buscar comida. O tempo parece que vai demorar a passar isto assim.
Continuava a chover. Estavam todos em sopa. Nenhum deles planeava a chuva, ou terem 17 pessoas dentro de uma tenda de dois. Sim, 17 pessoas. Todos muito apertadinhos, sentaram-se e deixaram um espaço para os gémeos, que tinham ido buscar comida, e voltaram encharcados. Por sorte, tinham trazido toalhas da outra tenda para todos. Todos se secaram, e o Kai verificou que a Neko tinha um borrão no seu risco de eyeliner. Passou-lhe os dedos pela cara e limpou-o.
Kai, de coração mole: Porque é que dás uma de emo constantemente? Ficas muito mais bonita assim... –
Corrige-se e aplica alguma frieza. – Isto é, ficas melhor...
Neko, sorri, espantada: É impressão minha ou isso foi um elogio?
Kai: Pode-se dizer que foi a constatação de um facto. Toda a gente sabe que as raparigas ficam bonitas com maquilhagem, mas mais ao natural possível, só um risco e um pouco de sombra, ou assim...
Neko, sente-se atraída por uma força que a puxa: Go- gomawo...
Kai, olha repentinamente para os lábios dela, ávidos, e que mostravam alguma vontade de provar os dele: Já acabou o elogio...
Neko, volta a si mesma: Diz. Não te ouvi...
DaeSung: Está tudo dito...
TaeMin, curioso: O quê?
DaeSung: Que aqueles dois vão dar molho...