posi: não tenho a minima ideia, mas se ajudar podem usar o meu primeiro nome que é milene ;)
Mais um capitulo, apesar de estar um pouco maior que os outros (pra Nana que gosta de ler bastante ^^ ) a outra fic que estou escrevendo tambem tem capitulos pequenos, então eu acho que talvez seja o meu estilo de escrita.
........................................Apagar a luz.......................................
Capitulo III
Meu coração acelerou no peito de uma forma que não fazia há quase sete anos quando seus lábios rosados se moveram, liberando uma voz docemente rouca, típica de quem acaba de acordar.
– Annyeong.
Apesar de estar assustada, desta vez eu estava preparada e consegui responder:
– Annyeong. Desculpe por tê-lo acordado, eu... – me calei ao sentir sua mão tocar a minha e,olhando para seu magnífico rosto, ver seus pequenos olhos abrindo-se lentamente.
– Dessa vez você respondeu. – disse olhando-me ainda sonolento.
– Você se lembra de mim? – perguntei achando estranho que depois de tantos anos, alguém tão ocupado se lembrasse de um rosto que não viu mais.
–Me lembrei assim que te vi mais cedo em frente á livraria. Você não mudou muito desde a última vez que te vi. – respondeu pondo os óculos de lado para depois continuar– E você, me reconheceu depois de tantos anos?
–Seria meio difícil ver alguém por trás desse disfarce.
Sorrimos os dois. Eu já me sentia muito mais a vontade perto dele; acho que realmente não sou mais a mesma garotinha do colegial que entraria em pânico só de estar ali. “O que está havendo? Eu não planejei nada disso, mas não quero mudar o que está acontecendo, é tão estranho... não ter o próximo passo planejado.”
Ficamos um tempo em silencio, um olhando nos olhos do outro como se estes fossem telas de cinema exibindo pequenos filmes de nossas lembranças mais inocentes de um tempo distante. Cada olhar cruzado, sorriso tímido, as vezes que esbarrávamos um no outro no corredor, terminando na tentativa frustrada de aproximação. A última vez que nos vimos.
–O que aconteceu com você esse tempo todo? – ele perguntou quebrando o silêncio.
–Trabalhei muito. – respondi fugindo de seus olhos. “Por que está fazendo isso de novo?”
– Quero dizer, porque você desapareceu de repente da escola e nunca mais voltou?
– Ah, isso. – ao lembrar-me do motivo meus olhos entristeceram-se e hesitei um instante.
– Se não quiser falar eu entendo. – disse o rapaz loiro ao meu lado virando-se para ver a noite através da janela.
–Tudo bem, eu não me importo tanto a algum tempo. – antes de continuar olhei para Yoogeun para ter certeza de que estava mesmo dormindo, não queria que ele ouvisse aquela historia outra vez.
–Se lembra do dia que tentou falar comigo? – ele confirmou com um movimento de cabeça sem tirar os olhos da noite lá fora – Naquele mesmo dia, alguns minutos depois que você se foi, minha umma foi a escola me buscar para irmos ao hospital ver meu appa. Ele estava tratando um câncer a alguns anos e havia piorado bruscamente. – meus olhos tentavam libertar a tristeza que eu sentia, mas a tempos que eu não me permitia chorar – Passaram-se alguns dias após aquela visita e ele... – respirei fundo e apertei os olhos para impedir as lagrimas de caírem ¬– ele morreu na minha frente.
Quando terminei a última palavra abri os olhos e vi Taemin a olhar para mim.
–Sinto muito. Eu queria estar ao seu lado. – disse agarrando minha mão em sinal de conforto. “És realmente fofo Lee Taemin.” pensei ao ver seu gesto.
–Tudo bem, eu acho que não me sinto mais tão mal assim. Minha mãe não teve a mesma força, caiu em uma depressão profunda e também se foi, um ano depois. – não suportei mais e deixei caírem algumas lágrimas – Então eu vim para a França com o Yoogeun.
Ele começou alimpar-me as lágrimas com um toque suave que me fazia sentir como se ondas elétricas passassem de sua pele para a minha.
–Todos na classe acharam que você era um tipo de extraterrestre, e tinha voltado para seu planeta natal. – ele falou com a clara intenção de me fazer rir em seu rosto. E conseguiu.
–Eu era tão ruim assim? – perguntei para tentar esquecer o que estávamos falando. Ele viu que sua brincadeira estava dando certo.
–Eu fui a primeira pessoa que tentou falar com você e pareceu que você me odiava.
–Isso não era verdade. Eu só... – parei de falar quando percebi que estava prestes a fazer uma declaração de amor atrasada.
–Era apaixonada por mim. – ele completou erguendo uma das sobrancelhas, como se me desafiasse.
–V-você sabia? – Perguntei confusa.
–Não. Mas agora eu sei :P
Dei-lhe um tapa de leve no peito fazendo cara de zangada.
–Você não é mais tão inocente deh? – esbravejei baixinho para não acordar Yoogeun.
Ele apenas moveu a cabeça de um lado para o outro em sinal de negativa.
–E você? – perguntei para continuar a conversa e não voltar a lembrar-me do que falávamos antes.
–Eu o que?
–Nunca gostou de nenhuma das centenas de garotas que sempre babavam por você no colegial?
Ele olhou-me nos olhos, corou e desviou o olhar para a poltrona a nossa frente. Ao perceber o significado daquela ação senti meu coração acelerar outra vez. Até aquele momento éramos apenas velhos conhecidos falando de suas vidas, mas agora era como se todo o sentimento adormecido que eu tinha por ele tivesse acordado com aquele ato.
– Isso significa que... ¬– falei sem encará-lo.
Ele suspirou – Sim. Que mesmo tendo “centenas de garotas que sempre babavam por mim no colegial”, – repetiu minhas palavras num tom sarcástico –eu me apaixonei pela única que nunca falou comigo.
Estava claramente nervoso por falar naquele assunto, então tentou voltar ao mesmo clima descontraído de antes.
–Ela devia ser louca. Eu sempre fui uma criança irresistivelmente adorável. – ri-me outra vez. – O que foi? Você acaba de dizer que era apaixonada por mim e agora me diz que eu era feio? – disse um tom indignado super engraçado – Eu não aceito isso porque eu sei que sempre fui fofo e...
Ele estava começando a erguer o tom de sua voz e só estávamos nós os dois acordados dentre os passageiros, então tapei-lhe a boca, fazendo com que olhasse para mim.
–Você quer acordar o avião inteiro? – falei pondo o dedo indicador em meus próprios lábios, em sinal para que fizesse silencio. Ele mordeu-me a mão de leve e eu a tirei imediatamente de sua boca.
–Ei, porque fez isso? ¬– perguntei. Olhando para ele vi um sorriso maroto em seus lábios.
–É engraçado. – respondeu olhando-me nos olhos.
o.O – Você acha engraçado morder as pessoas?
Ele sorriu – Não. Eu estou me falando da maneira que estou me sentindo agora. Perto de você é como se voltasse a ter doze anos de idade.
– E isso é bom? – quando fiz essa pergunta olhei para seu rosto e parei outra vez em seus olhos.
– É ótimo. Agora eu posso concertar uma coisa que me atormenta desde aquele tempo. – sua voz se tornou doce de uma forma que eu ainda não tinha visto aquela noite – Eu acho que não te encontrei de novo por simples acaso. – ele começava a se aproximar lentamente – Talvez exista um motivo forte para estarmos aqui, lado a lado, depois de tantos anos.
A essa altura já estávamos tão perto um do outro que eu podia ouvir nossos corações baterem sincronizados. Mais pareciam tambores ecoando pelo silêncio da madrugada no avião.
Sua mão aproximou-se do meu rosto fazendo com que o ar me fugisse aos pulmões enquanto sentia sua respiração quente muito próxima de meus lábios. Perto demais para qualquer um dos dois manter o controle.
Então senti sua mão tocar meu rosto e, num movimento milimétrico, Taemin uniu seus lábios aos meus.
A sensação que sentia era tão doce que não quis pensar em mais nada, apenas fechei os olhos e esqueci qualquer pensamento que não se referisse aqueles magníficos lábios.